"O bom é ser inteligente e não entender. É uma bênção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector

maio 22, 2015

     Detesto dias que se seguem como roteiros de teatro. A rotina me irrita, boa ou ruim, me irrita. Fazer repetido me faz preferir o ócio. Ócio leva à reflexão, enquanto a rotina , esta, é como um vírus que mata fingindo ser normalidade viver num eterno remake.
     Filhos criados, descobri que dá um enorme trabalho viver a própria vida. E que a rotina vivida pelos outros é isenta de culpa, porque existe uma indolência quase nobre em fazer pelos outros enquanto a sua vida passa ao lado.
     Ultimamente tenho tido vontade de escrever ficção. Não há mais nenhuma maneira nova de ver o antigo, esgotaram-se as novidades existentes, ficaram velhas, repetitivas. O mundo está muito cheio de cabeças e cérebros, criativos ou não. Opiniões para tudo, todo mundo quer mostrar o que pensa, expressar a sua maneira inteligente de ver isto ou aquilo. Cansei de opinar, agora quero viajar na maionese.
     Quem inventou a maionese? Foram os gregos. Na Grécia antiga , as vacas eram sagradas e não se podia tirar leite delas. Então, não havia manteiga para passar no pão...mas havia muitas galinhas, e botavam muitos ovos, e os gregos descobriram que batendo ovos, ao invés de leite, podia se obter um creme parecido com a manteiga das vacas sagradas, e as galinhas não eram sagradas. E assim surgiu a maionese.

Um comentário:

Romeu Augusto Martins disse...

Muito interessante a comparação entre rotina e ócio.

Interessante, também a origem da maionese.

Bom domingo, Romeu.